Ciberespaço: um oceano de possibilidades
Vou compartilhar com vocês algumas considerações que fiz em minha dissertação, que teve como tema ENSINO SUPERIOR, CIBERESPAÇO E INTELIGÊNCIA COLETIVA: UM ESTUDO
NETNOGRÁFICO. O tema é muito amplo e denso em suas discussões. Mas é um assunto apaixonante.
Levy (1999) destaca o ciberespaço como espaço de conhecimentos emergentes, abertos, contínuos, em fluxo, não lineares, se reorganizando de acordo com os objetivos ou os contextos, nos quais cada um ocupa uma posição singular e evolutiva. Os saberes descentralizados através de processos tecnológicos e interativos, mediados pelo ciberespaço, apresentam novas perspectivas para as práticas educacionais. O uso da tecnologia na educação traz evidências concretas de que a tecnologia, em especial a digital, abre novas perspectivas para o desenvolvimento do currículo escolar e para a prática pedagógica reflexiva. A interconexão de todos com todos possibilitada pelo ciberespaço é vista como condição de existência de novas propostas de orientação e de aprendizagem no universo do saber em fluxo. O processo de ensino aprendizagem sofre modificação na perspectiva de uso
do ciberespaço, uma vez que o mesmo possibilita novas formas de acesso às
informações virtualizadas e novos estilos de raciocínio e conhecimento. Para
Lévy (1999) o uso do ciberespaço pode modificar os processos educativos se
pensarmos que os conteúdos aprendidos se tornam obsoletos mais facilmente e que
o trabalho pedagógico adquire novas formas, pois entram em jogo as questões
aprender, transmitir saberes e produzir conhecimento. E por fim, que as
tecnologias intelectuais existentes no ciberespaço podem amplificar,
exteriorizar e modificar as funções cognitivas humanas (LÉVY, 1999).
As tecnologias intelectuais “podem ser compartilhadas entre numerosos
indivíduos, e aumentam, portanto o potencial de inteligência coletiva dos
grupos humanos” (LEVY, 1999, p. 157). Dentro das perspectivas da Web 2.0
podemos pensar em processos de aprendizagem potencializados pela autonomia do
usuário em criar e gerenciar espaços e informações de maneira coletiva e
colaborativa. Os recursos da Web 2.0,
tais como: blogs, Wiki, Redes Sociais, Podcast, entre outros, permitem a
integração de hiperlinks, a interação de usuários, a criação de comunidades
virtuais e a colaboração na manipulação e o compartilhamento de informações que
agora possuem um caráter dinâmico e aberto. Podemos considerar então, que as
tecnologias podem ser ferramentas enriquecedoras no processo de aprendizagem e
construção do conhecimento, que, por meio dos recursos da Web 2.0, acontecem de
forma mais flexível. Entretanto, é importante destacar que os resultados da
utilização de ferramentas tecnológicas no processo de ensino-aprendizagem só
serão significativos se os agentes deste processo, alunos e professores,
estiverem preparados.
Por fim, trago com reflexão uma citação de Manuel Castells, que diz: “o futuro da educação superior não será on-line, mas em redes entre nós de informação, salas de aula e o local onde esteja cada aluno.” (CASTELLS, 1999, p. 487)
Por fim, trago com reflexão uma citação de Manuel Castells, que diz: “o futuro da educação superior não será on-line, mas em redes entre nós de informação, salas de aula e o local onde esteja cada aluno.” (CASTELLS, 1999, p. 487)
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